sábado, 29 de janeiro de 2011

Diários de viagem III

Alcântara.
A cidade fica localizada no MA, por onde podemos chegar de lancha saindo de São Luis. É um passeio agradável, só que este meio de transporte é recomendado apenas para pessoas fortonas que consigam aguentar a maresia e o balacobaco da lancha.
A cidade é marcada por uma história de domínio francês e posteriormente tomada pelos portugues. De portugal, além do portugês (infelizmpente, por que francês é muito mais chique), haviam ainda muitos azulejos e também pedras de cantaria nas construções. A história mais importante da cidade foi uma visita do imperador, muito esperada por duas famílias da cidade que construiram duas residências para recebê-lo. O imperador muito indeciso entre qual das famílias rivais agradar, resolveu não aparecer. Por conta disso, as casas nunca foram terminadas e acabaram como ruínas e a Festa do Divino acontece todos os anos como se a cidade tivesse recebido a ilustre presença. Além disso, na cidade existe o doce de espécie - que é mara! - que é uma homenagem ao imperador.
Além disso, na cidade existe o Centro de Lançamento de Alcântara. A base não fica próxima, mas existe visitação e além dela tem dentro da cidade mesmo um museo. Esta base sofreu um acidente em 2003 matando 21 pesquisadores. A base ainda não foi reconstruída, mas já tem lançamentos previstos.
A vista para o marr é linda. Então, as fotas.

Ruína de uma das casas construída para receber o imperador.
Igreja dos negros (na época existiam muitos escravos que após deixar seus patrões na igreja, também vinham rezar na sua igreja onde o culto deveria acabar antes para que eles estivessem esperando seus patrões quando o culto deles acabassem).

Igreja dos brancos (nota-se como ela é maior que a dos negros, e o acabamento interno banhado a ouro, um loosho).

Ruína de uma das casas feitas para receber o imperador.



População da cidade (rsrs): 22. 165 habitantes.

Igreja matriz, onde os brancos rezavam e caiam também. Sim, eu cai. E depois andei toda a cidade com o tornozelo inchado. Mas mesmo assim me senti chique de doer pq inchei meu tornozelo na pedra de cantaria de Portugal na cidade de Alcântara (beijonoombro).

Branca no pelourinho.

Prefeitura da cidade. Também já funcionou no local o presídio.

Cidade velha, rua central.

Meio de transporte pelo qual chegam ou saem da cidade os vivos e os mortos. No dia que fomos um caixão viajou conosco. Ainda bem que não sou mulherzinha e não tenho medo. Mas cruzamos com o enterro da pessoa várias vezes dentro da cidade.
Da cidade, por hora é só.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Diários de viagem II

Opinião política.

Nunca liguei pra política, mas ela também nunca me ligou.

Conhecendo os pontos turísticos de São Luis comecei a me interessar por alguns fatos que acabei por pesquisar na internet.

O local que despertou o meu interesse político foi o Convento das Mercês. Atualmente, ele foi doado a Fundação José Sarney (naturalmente me espantou nome em coisas de pessoas não-mortas). Neste local existia até mesmo um cemitério particular do presidente do Senado que foi retirado por que na realidade isto é proibido por lei. E agora lá em um espaço gigantesco (afinal, conventos normalmente tem muito espaço), funcionam apenas duas salas com presentes recebidos por ele em seu mandado presidencial.

Esta mesma fundação foi alvo de denúncias de desvio de verbas recebidas (irregularidades nos recursos da Petrobrás de 2004 a 2007) para outras empresas da família Sarney na cidade e contas familiares. O fechamento da fundação, e consequente manutenção do museu foi ameaçada por José Sarney. Essa jogada fez com que o Comitê de Ética arquivasse as acusações (o típico "vou esquecer o que você me fez e você mantém as coisas como estão").

O ex presidente Lula disse uma coisa que faz sentido: o Maranhão não gostaria de eleger a família Sarney. Ele disse isso em sua primeira campanha e me parece óbvio que agora ele não pense mais assim já que apareceu na campanha de Roseana Sarney na sua reeleição como governadora do estado. O estado que elegeu José Sarney para o senado foi o Amapá e para presidente (do senado) foi apenas uma etapa. Espero que as pessoas que fizeram isso estejam cientes que na ausência do presidente, do vice e do presidente da câmara dos deputados, quem assume o país é o presidente do senado. Então, vejam quem será!

Política é coisa estranha mano.

Beijostenhomaiscoisasparacontar